Gestantes podem fazer exames de imagem? Saiba o que diz a ciência

Durante a gestação, é natural que muitas mulheres se preocupem com a segurança de qualquer procedimento médico, inclusive os exames de imagem. Uma dúvida comum é: “exames que usam radiação, como radiografia e tomografia, podem afetar o bebê?”.

Neste texto, vamos esclarecer de forma simples e com base científica o que se sabe sobre esse tema, trazendo informações atualizadas e seguras para que você possa se sentir mais tranquila ao realizar exames de imagem.

Por que se usa radiação em exames de imagem?

A radiação utilizada em exames como radiografias e tomografias computadorizadas serve para gerar imagens detalhadas de estruturas internas do corpo. Na odontologia, por exemplo, esses exames ajudam a visualizar os ossos da face, dentes e regiões adjacentes. A tecnologia é essencial para diagnósticos precisos, planejamento de tratamentos e tomada de decisões mais seguras.

A quantidade de radiação usada nesses exames é muito pequena e, com os avanços tecnológicos, tem se tornado cada vez mais segura. Ainda assim, quando se trata de gestantes, todo cuidado extra é justificado. Por isso, é importante entender o que a ciência diz sobre esse assunto.

Radiografia ou tomografia faz mal para o feto?

De acordo com uma revisão publicada na revista Imaging Science in Dentistry, os riscos de efeitos adversos causados por exames de imagem com radiação durante a gestação são extremamente baixos. Na maioria dos casos, os exames odontológicos, como radiografias intraorais ou panorâmicas, expõem o feto a uma quantidade de radiação considerada insignificante.

A exposição é muito menor do que os níveis que poderiam causar qualquer dano ao desenvolvimento do bebê. Mesmo em exames mais complexos, como a tomografia computadorizada de feixe cônico (Cone Beam), que fornece imagens tridimensionais, a radiação permanece em níveis baixos quando comparados aos limites de segurança internacionalmente aceitos.

Quando um exame de imagem é indicado na gestação?

O princípio seguido pelos profissionais de saúde é sempre o da “justificativa”: isso significa que um exame com radiação só é indicado se for realmente necessário para o diagnóstico ou tratamento. No caso das gestantes, isso é ainda mais criterioso.

Se você estiver com dor intensa, suspeita de infecção ou qualquer outro sintoma que necessite de avaliação por imagem, o profissional pode indicar o exame, sempre com os devidos cuidados. O que não é indicado é a realização de exames eletivos, ou seja, aqueles que não têm urgência e podem ser adiados.

Mesmo que o risco seja mínimo, precauções adicionais sempre são tomadas. Durante os exames, são utilizados aventais de chumbo para proteger o abdômen da gestante e, consequentemente, o feto. Esses aventais bloqueiam a passagem da radiação e garantem ainda mais segurança.

Além disso, os equipamentos modernos de radiografia e tomografia odontológica são regulados para emitir a menor dose possível necessária para obter uma imagem de qualidade. Essa otimização da dose segue diretrizes internacionais e protocolos que colocam a segurança da paciente em primeiro lugar.

Existe um período mais sensível durante a gravidez?

Sim. As primeiras semanas de gestação, especialmente entre a 2ª e a 15ª semanas, são consideradas as mais sensíveis ao desenvolvimento fetal. No entanto, mesmo nesse período, os exames odontológicos de imagem, quando indicados corretamente e realizados com proteção adequada, não oferecem riscos significativos ao bebê.

Por isso, caso um exame precise ser feito nesse intervalo, a decisão será tomada com cautela pelo profissional, que avaliará os benefícios frente a eventuais riscos. Na dúvida, converse sempre com seu cirurgião-dentista ou médico obstetra.

E se eu não souber que estou grávida e fizer um exame?

Essa é uma dúvida muito comum e compreensível. Muitas mulheres realizam exames antes de descobrirem a gestação e ficam preocupadas com os efeitos que isso possa ter causado. A boa notícia é que a literatura científica mostra que a exposição à radiação em exames odontológicos não costuma atingir o feto e, mesmo quando isso ocorre, a dose recebida é extremamente baixa.

Portanto, não é motivo para alarme. O mais importante é informar ao seu médico assim que descobrir a gestação, para que ele possa fazer o acompanhamento adequado.

Entidades como a American Dental Association (ADA), a American College of Radiology (ACR) e a International Commission on Radiological Protection (ICRP) reforçam que exames de imagem com radiação podem ser realizados em gestantes quando indicados, desde que se sigam protocolos de segurança.

Confie no seu profissional de saúde!

Todo exame é sempre indicado com base em uma avaliação clínica criteriosa. Seu dentista ou médico está capacitado para indicar o melhor momento para realizar um exame de imagem, levando em consideração sua saúde e a do seu bebê. Portanto, se surgir uma dúvida, não hesite em perguntar. A comunicação aberta é a melhor forma de garantir que você se sinta segura e bem informada.

A Fenelon Diagnósticos Odontológicos por Imagem segue rigorosos protocolos de segurança e está preparada para atender gestantes com conforto, acolhimento e confiança. Nossa equipe está à disposição para esclarecer suas dúvidas e oferecer um atendimento humanizado e baseado em evidências.

Continue acompanhando nosso blog para ficar sempre atualizado e informado sobre as novidades na área da odontologia. Convidamos você a ler o conteúdo: ​​Preciso me preocupar com a radiação nos exames de imagem? Boa leitura!

Referência:

[1] Gamba TO, Visioli F, Bringmann DR, Rados PV, da Silveira HLD, Flores IL. Impact of dental imaging on pregnant women and recommendations for fetal radiation safety: A systematic review. Imaging Sci Dent. 2024 Mar;54(1):1-11. doi: 10.5624/isd.20230177

Dr. Maurício Barriviera
Prof. Dr. Maurício Barriviera – CRO DF 4839
Doutor em Ciências da Saúde – Radiologia.
Diretor Técnico/Proprietário do Grupo Fenelon – Diagnósticos Odontológicos por Imagem.
Como revisor científico da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica – SBPqO, tem se destacado como atuante no campo de pesquisas odontológicas.
Foi presidente da Associação Brasileira de Radiologia Odontológica e Diagnóstico por Imagem – ABRO – na gestão 2020/2023.