Preciso me preocupar com a radiação nos exames de imagem?

A preocupação com a radiação em exames de imagem, como a tomografia computadorizada, é comum entre pacientes. A palavra “radiação” costuma provocar receio nas pessoas com uma possível fonte de riscos à saúde. Mas será que esse medo é justificado?

Neste conteúdo, vamos esclarecer como funciona a exposição à radiação em exames de imagem, por que ela é necessária e quais são os reais riscos associados. Acompanhe!

Por que a radiação é utilizada nos exames de imagem?

Exames como a tomografia computadorizada dependem da radiação ionizante para gerar imagens internas do corpo com alto nível de detalhamento. Essa tecnologia permite ao profissional visualizar estruturas ósseas, tecidos e lesões com precisão, sendo essencial no diagnóstico e planejamento de tratamentos odontológicos, por exemplo.

É importante lembrar que, sem o uso da radiação, muitos diagnósticos seriam imprecisos ou impossíveis. Ela permite que o dentista identifique problemas ocultos, como infecções, fraturas ou alterações anatômicas que não são visíveis em exames clínicos ou radiografias simples. Dessa forma, a radiação é utilizada como ferramenta diagnóstica indispensável, sempre com o máximo de responsabilidade.

A radiação realmente oferece risco à saúde?

A resposta mais honesta é: sim, a radiação em excesso pode representar risco. No entanto, nos exames odontológicos, como os realizados na tomografia computadorizada, as doses utilizadas são muito baixas. Segundo estudos, a exposição de um paciente a um exame de tomografia odontológica equivale, em média, a 14 dias de exposição à radiação natural presente no ambiente, como a proveniente do sol.

Os estudos mais recentes indicam que não há associação estatisticamente significativa entre exames odontológicos com radiação de baixa dose e o desenvolvimento de doenças como o câncer. Isso porque o corpo humano tem mecanismos naturais de reparo celular que atuam mesmo após exposições pontuais à radiação em níveis controlados. O risco real se torna relevante apenas quando há exposições frequentes e desnecessárias, o que não acontece em um ambiente clínico responsável.

Como a segurança é garantida nos exames com radiação?

A segurança dos exames de imagem começa com a indicação clínica: nenhum exame com radiação é realizado sem necessidade. Em seguida, entram os protocolos de proteção radiológica, que incluem:

  • Controle de dose e tempo de exposição
  • Equipamentos modernos com filtros específicos
  • Ajustes automáticos conforme a idade e o tamanho do paciente
  • Uso de campo de visão reduzido sempre que possível

Além desses cuidados técnicos, os profissionais que realizam os exames são altamente capacitados para seguir todas as normas de proteção. Isso inclui o uso de aventais de chumbo quando indicado e a seleção criteriosa da região a ser examinada.

O ambiente clínico é regulamentado por normas nacionais e internacionais que garantem o uso racional da radiação, respeitando o princípio mais recente ALADAIP (As Low As Diagnostically Acceptable being Indication-oriented and Patient-specific). O conceito ALADAIP enfatiza a necessidade de garantir uma qualidade de imagem adequada ao diagnóstico, considerando a tarefa clínica individual de cada paciente, enquanto se busca
sempre utilizar a menor dose de radiação viável.

Radiação natural vs. radiação médica

A exposição à radiação é uma parte natural da vida. Todos nós estamos expostos diariamente à radiação proveniente de fontes naturais, como o solo, a água e o ar.
Essa exposição média é de aproximadamente 3 mSv (mSv – milisievert, é uma unidade de medida da dose de radiação) por ano

Um exame de tomografia computadorizada odontológica, por exemplo, representa apenas 0,127 mSv em média, ou cerca de 14 dias de radiação natural. Mesmo múltiplos exames não se aproximam da dose de outros procedimentos médicos, como a tomografia computadorizada do tórax ou do crânio, que podem chegar a 1mSv ou mais por sessão.

Para efeito de comparação, uma viagem de avião entre São Paulo e Nova York expõe o passageiro a uma dose semelhante à de um exame de tomografia odontológica.

Esses dados ajudam a colocar a radiação médica em perspectiva e mostram que, na prática, os níveis usados em odontologia são extremamente baixos.

Crianças também estão seguras?

Sim, e essa é uma preocupação importante. Crianças são mais sensíveis à radiação porque seus tecidos estão em desenvolvimento. Por isso, os protocolos de exames para o público pediátrico são ainda mais rigorosos.

Em clínicas especializadas, como a Fenelon, os equipamentos são ajustados com base na idade, peso e tamanho da criança. Isso garante que a dose recebida seja mínima e adaptada para proporcionar uma imagem de qualidade com total segurança.

Além disso, o uso da tomografia computadorizada em crianças só é feito quando realmente necessário e após avaliação cuidadosa do benefício clínico.

Na Fenelon Diagnósticos Odontológicos por Imagem, a sua segurança está em primeiro lugar. Todos os exames são realizados com equipamentos de última geração, calibrados para utilizar a menor dose de radiação possível sem comprometer a qualidade diagnóstica. Seguimos protocolos rígidos de segurança e os exames só são realizados com a devida indicação clínica.

Nosso compromisso vai além da tecnologia. Trabalhamos para oferecer um atendimento humanizado, com escuta ativa, explicações claras e suporte integral para que você se sinta seguro antes, durante e depois do exame.

Garantir sua confiança é parte essencial do nosso cuidado.

Continue acompanhando nosso blog para ficar sempre atualizado e informado sobre as novidades na área da odontologia. Convidamos você a ler o conteúdo sobre o impacto da radiografia odontológica em gestantes e a segurança fetal. Boa leitura!

Referências

[1] Lurie, Alan G.. Doses, Benefits, Safety, and Risks in Oral and Maxillofacial Diagnostic Imaging. Health Physics 116(2):p 163-169, February 2019. doi:10.1097/HP.0000000000001030

[2] Hedesiu M, Marcu M, Salmon B, Pauwels R, Oenning AC, Almasan O, Roman R, Baciut M, Jacobs R; DIMITRA Research Group. Irradiation provided by dental radiological procedures in a pediatric population. Eur J Radiol. 2018 Jun;103:112-117.

doi: 10.1016/j.ejrad.2018.04.02

Dr. Maurício Barriviera
Prof. Dr. Maurício Barriviera – CRO DF 4839
Doutor em Ciências da Saúde – Radiologia.
Diretor Técnico/Proprietário do Grupo Fenelon – Diagnósticos Odontológicos por Imagem.
Como revisor científico da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica – SBPqO, tem se destacado como atuante no campo de pesquisas odontológicas.
Foi presidente da Associação Brasileira de Radiologia Odontológica e Diagnóstico por Imagem – ABRO – na gestão 2020/2023.