Tomografia Computadorizada

O biotipo periodontal e as dimensões da unidade dentogengival de um paciente odontológico deve ser considerado antes de muitas intervenções odontológicas, pois pode auxiliar os cirurgiões-dentistas no planejamento e na execução de procedimentos em diversas especialidades odontológicas.

Em média, essas dimensões fisiológicas são de 0,97 mm para o epitélio juncional (região da inserção entre dente e gengiva), 1,07 mm para a fixação do tecido conjuntivo, e profundidade do sulco gengival em média de 0,67 mm. Já o espaço entre o dente e o tecido de conexão com a gengiva mede 2,04 mm, aproximadamente.

Para determinar as dimensões exatas em cada paciente é usualmente utilizada uma abordagem com anestesia e cirurgia. Porém, um estudo mostrou que a Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico de tecidos moles é um método eficiente de medir as dimensões da gengiva e da unidade gengival. Conheça os detalhes do estudo!

Estudo com Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico de tecidos moles

As medidas médias usuais da gengiva e unidade dentogengival são conhecidas. No entanto, grandes variações nas dimensões dessas estruturas (entre 1,0 a 9,0 mm)tornam difícil para o dentista determinar, precisamente, a largura biológica na avaliação clínica. Nos casos de pré-prótese e alongamento estético da coroa. A tomografia computadorizada fornece imagens de excelente qualidade dos tecidos moles e permite a determinação das dimensões das estruturas da unidade dentogengival.

Como foi o estudo?

No estudo, foram feitos dois exames de tomografia computadorizada de feixe cônico em três pacientes com biotipos periodontais diferentes. O primeiro exame foi realizado conforme o habitual. No entanto, os pacientes usaram um afastador labial de plástico e mantiveram suas línguas abaixadas. Além disso, foram feitas apenas medidas da distância da junção cemento-esmalte (JCE) à crista óssea facial e a largura do osso alveolar facial.

A segunda tomografia computadorizada permitiu visualizar as medidas da distância da margem gengival à crista óssea facial, da margem gengival para o JCE, e a largura da gengiva. Ambos os exames permitiram:

  • visualização clara e precisa medição das dimensões;
  • análise da relação das estruturas periodontais;
  • análise da região de fixação dentogengival.

Resultados

Com esta técnica simples e não invasiva, os cirurgiões-dentistas serão capazes

de determinar as medidas e as relações entre as estruturas periodontais, como a margem gengival e a crista óssea facial; a margem gengival e a junção cemento-esmalte (JCE) e o

JCE e a crista óssea facial. Além disso, é possível medir a largura do osso alveolar palatino/lingual bem como a largura da mucosa mastigatória palatal/lingual.

Conclusão

Como vimos, as dimensões e as relações entre as estruturas do complexo dentogengival são aspectos essenciais em muitos campos da odontologia e este estudo descreveu um novo, simples e não invasivo método para determiná-los. Dessa forma, esta técnica não invasiva (tomografia computadorizada de feixe cônico para avaliar tecidos moles) visa auxiliar os cirurgiões-dentistas de diversas especialidades, inclusive na odontologia estética, quanto ao planejamento e execução de procedimentos odontológicos.

ALESSANDRO LOURENÇO JANUÁRIO, DDS, MS, PhD*
MAURÍCIO BARRIVIERA, DDS, MS†
WAGNER RODRIGUES DUARTE, DDS, PhD

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DOI 10.1111/j.1708-8240.2008.00210.x