Tomografia de Feixe Cônico em Implantodontia: quando, como e por que utilizar 

A precisão é o alicerce de um implante dentário bem-sucedido. No universo odontológico atual, repleto de inovação e tecnologias digitais, a tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) é uma ferramenta essencial para o planejamento e o sucesso dos implantes dentários. Este artigo, baseado no estudo “Avaliação óssea de implantes dentários: distâncias lineares mensuradas em tomografia computadorizada de feixe cônico publicado na revista Research, Society and Development (DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v13i3.45183), apresenta as descobertas mais importantes e como elas impactam diretamente a prática clínica diária. 

Por que usar a tomografia computadorizada de feixe cônico na implantodontia? 

A tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) fornece imagens tridimensionais com alta definição, possibilitando diagnósticos e planejamentos muito mais precisos do que as radiografias convencionais. Quando falamos de implantodontia, essa diferenciação é ainda mais relevante, pois estamos lidando com estruturas nobres como canal mandibular, seio maxilar e fossa nasal, onde qualquer margem de erro pode resultar em falhas ou complicações sérias. 

1. Planejamento Cirúrgico com Alto Nível de Precisão. 

O estudo demonstrou que a tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) permite mensurar com exatidão a distância entre o implante e as estruturas vitais. A literatura recomenda uma distância mínima de 2 mm entre o implante e o canal mandibular, e a tomografia é a única técnica de imagem que garante segurança nesse sentido. Os dados evidenciaram que 77,3% dos implantes estavam dentro do padrão, revelando a importância da (TCFC) como aliada na segurança cirúrgica. 

2. Avaliação do Volume Ósseo Peri-implantar. 

Outra aplicação relevante da tomografia é a análise do volume ósseo nas áreas de implantação. O terço cervical — área mais próxima à gengiva — foi identificado como o ponto mais crítico, apresentando frequentemente menos de 1 mm de osso em sua espessura, especialmente na maxila. Isso exige  atenção especial do cirurgião- dentista, por influenciar diretamente na estética e estabilidade do implante. 

3. Comparação entre Maxila e Mandíbula. 

A tomografia revelou um dado surpreendente: a maxila possui significativamente menos osso ao redor dos implantes em comparação à mandíbula. Esse achado justifica a maior necessidade de procedimentos de enxertia óssea em pacientes que requerem implantes na arcada superior. E mais — enquanto a mandíbula apresentou somente 11,1% de implantes fora do padrão, a maxila chegou a 30,8%. 

4. Identificação de Áreas Críticas para Complicações. 

Um número preocupante de implantes (principalmente na maxila) apresentou invasão do seio maxilar e da fossa nasal. Tais achados, identificados através da tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), evitam complicações como infecções sinusal e insucesso do implante. Este nível de antecipação ao risco só é possível com exames tridimensionais de alta resolução. 

5. Acompanhamento Pós-Operatório e Manutenção. 

A tomografia também é extremamente útil após a instalação dos implantes, permitindo que o profissional acompanhe a osseointegração e identifique áreas com perda óssea precoce. Além disso, pode ser usada para avaliar a adaptação de próteses e cargas imediatas, garantindo longevidade ao tratamento. 

A tomografia computadorizada de feixe cônico na prática clínica. 

Na rotina do consultório, a tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) se tornou indispensável. Para reabilitações mais seguras e estéticas, o cirurgião-dentista deve sempre incorporar essa tecnologia ao protocolo de planejamento. No caso analisado, 66 implantes foram avaliados em 24 pacientes — e os dados evidenciam que a ausência desse exame poderia ter comprometido significativamente o resultado. 

Implantodontia e tecnologia: uma união sem volta. 

Hoje, falar de implantodontia sem considerar a tomografia computadorizada de feixe cônico é como tentar operar no escuro. A tecnologia poporciona previsibilidade, reduz riscos e proporciona um planejamento centrado na segurança do paciente. 

A Tomografia de Feixe Cônico (TCFC) é a Base da Implantodontia Segura e Previsível.

A tomografia computadorizada de feixe cônico é, sem dúvida, uma aliada indispensável no sucesso da implantodontia contemporânea. O estudo científico analisado comprova, com dados claros e embasados, como a utilização desse recurso pode prevenir complicações, garantir estética e assegurar longevidade ao tratamento implantodôntico. Mais do que uma opção tecnológica, trata-se de um novo padrão de cuidado.  

Para aprofundar-se nos dados e análises deste estudo essencial, acesse o artigo completo publicado na Research, Society and Development: Leia aqui. 

FAQs – Perguntas frequentes sobre tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) na implantodontia. 

  • Como a tomografia de feixe cônico melhora a segurança na cirurgia de implante? 

 Ela permite visualizar com precisão a distância entre o implante e estruturas vitais, como o canal mandibular e o seio maxilar. 

  • É necessário fazer tomografia para todos os pacientes que receberão implantes? 

 Sim. O exame é essencial para garantir um planejamento seguro, prevenir complicações e avaliar a quantidade de osso disponível. 

  • Qual é a diferença entre a tomografia convencional e a de feixe cônico? 

 A de feixe cônico oferece imagens 3D, menor radiação e maior precisão nas medições ósseas, ideal para implantodontia. 

  • Existe algum risco em fazer tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC)? 

 A radiação é mínima e controlada, tornando o exame seguro, mesmo em avaliações periódicas. 

  • Implantes na maxila são mais críticos que na mandíbula? 

 Sim, geralmente a maxila apresenta menor volume ósseo, o que exige maior cuidado durante o planejamento. 

 

Dr. Maurício Barriviera
Prof. Dr. Maurício Barriviera – CRO DF 4839
Doutor em Ciências da Saúde – Radiologia.
Diretor Técnico/Proprietário do Grupo Fenelon – Diagnósticos Odontológicos por Imagem.
Como revisor científico da Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica – SBPqO, tem se destacado como atuante no campo de pesquisas odontológicas.
Foi presidente da Associação Brasileira de Radiologia Odontológica e Diagnóstico por Imagem – ABRO – na gestão 2020/2023.