Tomografia de Feixe Cônico
Determinação da dimensão da parede óssea na maxila anterior por tomografia de feixe cônico na pré-extração dental
O processo alveolar (porções da maxila e mandíbula que suportam as raízes dentárias) que abriga a dentição se forma durante a erupção do dente e compreende o osso esponjoso e um envelope de osso compacto ou cortical, o qual é contínuo com o tecido ósseo denso encontrado lateralmente ao ligamento periodontal. Um estudo que determinou a dimensão da parede óssea na maxila mostrou a importância em optar pela tomografia computadorizada de feixe cônico antes da extração de dentes e para o acompanhamento da reabilitação do local edêntulo.
Diversos estudos anteriores¹ demonstraram que alterações dimensionais ocorrem na parte alveolar após a extração do dente. Após o processo de cicatrização ser concluído, a perda óssea no primeiro terço da cavidade oral é mais pronunciada do que no terço palatino / lingual. Essa diferença na recuperação pode estar relacionada ao fato de a parede óssea vestibular ser mais fina do que sua contraparte palatal².
Nos estudos referidos demonstrou-se que o grau perda óssea é dependente da dimensão da parede óssea vestibular. Assim, quanto mais fina a parede óssea facial, mais extensa é a perda óssea³.
As dimensões dos aspectos faciais e linguais / palatinos do processo alveolar parece ser dependente da localização, do tamanho e da inclinação das raízes dos dentes erupcionados. O presente estudo determinou a espessura da parede óssea na dentição anterior da maxila e em diferentes pontos apicais à junção cemento-esmalte (CEJ).
Estudo das dimensões da parede óssea maxilar por tomografia computadorizada
Material e métodos
Foram incluídos no estudo duzentas e cinquenta pessoas, com idades entre 17 e 66 anos e com todos os dentes anteriores superiores presentes e atendiam aos seguintes critérios: sem histórico ou presença de doença periodontal / perda óssea na dentição anterior superior e com dentes adequadamente alinhados. O exame incluiu todos os dentes e sítios edêntulos.
A tomografia computadorizada de feixe cônico foi realizada com a unidade iCAT (software que obteve as imagens) visava diagnosticar fraturas radiculares, lesões periapicais e volumes ósseos para a colocação de implantes.
Foram obtidas medidas da:
(i) distância entre o CEJ e a crista óssea facial;
(ii) espessura da parede óssea facial.
As dimensões da parede óssea foram avaliadas em três posições diferentes em relação à crista óssea facial, ou seja, a distâncias de 1, 3 e 5 mm apicais para a crista.
Resultados
As medidas demonstraram que:
(i) a distância entre o CEJ e o osso facial crista variou entre 1,6 e 3 mm e
(ii) a parede óssea facial na maioria dos locais em todos os locais dos dentes examinados tinha 1 mm de espessura e cerca de 50% dos locais tinham uma espessura de parede óssea que era 0,5 mm.
As dimensões foram avaliadas em três posições diferentes em relação à crista óssea, ou seja, a distâncias de 1, 3 e 5 mm apical à crista (Fig. 1).
A distância entre CEJ e a crista óssea variou entre 1,6 e 3 mm (Tabela 1a). Já a distância CEJ – crista óssea foi maior nos caninos superiores (2,5-3 mm) do que nos incisivos centrais (1,6-1,8 mm) e aparentemente não variou com a idade.
A Tabela 1b apresenta a frequência dos locais com dimensões variáveis CEJ – crista óssea.
Conclusão
Os dados demonstraram que a espessura do osso facial não variou com a idade ou localização das medições. Além disso, não houve diferença entre os valores obtidos a partir de medições feitas em nos quadrantes da mandíbula direita e esquerdo.
Por meio da observação das imagens obtidas por tomografia computadorizada constatou-se que a maioria dos dentes da região anterior da maxila tem uma parede óssea tão fina, a ponto de poder sofrer diminuição dimensional acentuada após uma extração de dente. Por isso, este fato deve ser considerado antes da remoção do dente e do planejamento da reabilitação no segmento anterior da dentição na maxila.
Januário AL, Duarte WR, Barriviera M, Mesti JC, Arauájo
MG, Lindhe J. Dimension of the facial bone wall in the
anterior maxilla: a cone-beam computed tomography study.
Clin. Oral Impl. Res. 22, 2011; 1168–1171.
doi: 10.1111/j.1600-0501.2010.02086.x